Corri,
nadei, fugi... para o meio do nada, onde contemplei a queda de
estrelas dum firmamento simbólico, parecido com os tapetes vermelhos
que pisas.
Mas
agora estou bipolarmente feliz... almoçar na casa de alguém é a
morfina que você não pode me retribuir.
Sou
um distúrbio no seu jardim, então é melhor você se esconder.
Cedo
ou tarde você terá que me ver escandescer, como um “little boy”
só seu, em plena segunda-feira, florescer, em um turbilhão de
revelações e desolações.
Que
escolha eu tenho? Assinale você. Somos tolas vítimas genocidas
apaixonadas, guerreiros de Cnido, misturados ao sacrifício de “mil
bois”.
Brotando
das almas transceptivas e imperfeitas, o rádio ecoa nossa canção.
Que lindo domingo! As letras oscilantes lembram-me de que são feitas
as verdades e as mentiras, convertidas em corrente elétrica,
viajando no espaço, pulando, modulando de coração em coração.
Meu
coração pulsa em ondas sonoras, ondas de vida, ondas de morte,
propagadas, quase sem querer, no seu espaço, órbita cortante e
inconstante.
Gostaria,
imensamente, de pouco esticar meus braços, e ter que puxar do bolso
o resultado do meu acometimento, bendito prognóstico, todos os
“marlboros”, que não são poucos nem tímidos. Até quatro,
aliviaria a distimia; uns oito, aplacaria a minha hipomania
esotérica.
Mas
o Mago diz que não é tão simples assim. É preciso recomeçar a
caminhada. Vislumbrar sempre a taça, o punhal, o pergaminho e a
moeda... e buscar, mesmo sem querer, evoluir para melhor,
imediatamente.