quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ausência Tóxica


Sem você aqui, preciso salivar a vida.
Adocicar os dissabores.
Requentar o paladar das paixões e ativar as toxinas do amor.
Apalpar a sombra do passado, que se esgueira para longe.
Inalar o cheiro comestível do presunto, pão e queijo do nosso cotidiano.
Chacoalhar o caminho até você, sem sofrer náuseas.
Pois, ainda cicatrizam as feridas e arestas de suas maledicências.
Escorro e discorro sobre o copo e o seu corpo vazio. Sede extrema e persistente de indecência.
Reverbero, atormentado, preces para o céu incandescente;
doces cinzas.
Enquanto rolo, sempre ao seu lado, e estremeço com medo de apostar em um fracasso.
Veneno amargo.

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