quarta-feira, 13 de abril de 2011

SHAKIRA



O terraço está vazio, sem você!
Então, para quê abrir a porta?
O silêncio não tem assento, sem terraço...
Para quem olhar quando chegar...?
Quem alimentar?
Com quem brigar?
O que limpar?
E a hora de enxotar?
Raros minutos para lavar...
Há mãos para lamber?
Não há quem temer...
Em quem me espelhar?
Quem proteger quem?
Quanto tempo, não?
Como nos conheciamos!
Podíamos caminhar na lua...
Foi um grande prazer.
Espero revê-la.
Um bem-aventurado dia virá, para nós...

2 comentários:

  1. AINDA ESTÁ RECENTE, MAS ESTE TEXTO VC VAI GSTAR E VAI LEMBRAR DE SHAKIRA:
    Apelo

    Dalton Trevisan


    Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

    Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

    Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

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  2. Em com um tal aleluia que releio esse novo post seu. Vou para sua vocação de provocar-nos com as palavras, retorne para o chamado de nos fazer pensar diferente.

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